Cabral diz que propinas dele e Pezão eram de 5%, e de Rosinha e Garotinho, de 15% a 20%

                    Fonte/Imagem/Somosassim

Em seu interrogatório nesta segunda-feira (3), Cabral incriminou seriamente Pezão dizendo que ele ajudou a estruturar esquema de propina da organização criminosa, mas disse que faziam desconto na propina. “Antes, eram 15% a 20% pagos aos governos anteriores da Rosinha e Garotinho. Eu estabeleci junto com Pezão o percentual de 5%: 3% para o meu núcleo, 1% para o núcleo dele, que era a Secretaria de Obras, e 1% para o TCE (Tribunal de Contas do Estado), para aprovação das licitações.”.

Em depoimento ao juiz Marcelo Bretas, da 7ª Vara Federal Criminal, no âmbito da Operação Boca de Lobo, a mesma que prendeu Pezão, o ex-governador Sérgio Cabral não poupou o antigo aliado Luiz Fernando Pezão (MDB), e nem os ex-governadores Rosinha e Garotinho.


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Segundo ele, Pezão ajudou a estruturar o esquema de propina da organização criminosa: “O vice-governador Pezão participou da estruturação dos benefícios indevidos desde o primeiro instante do nosso governo. Desde mesmo da campanha eleitoral e durante os oito anos em que fui governador e posteriormente tenho algumas informações a respeito (da continuidade do esquema)”, disse Cabral.

“Esquema começou com Garotinho e Rosinha”

Segundo o ex-governador, o esquema começou na administração da família Garotinho. Cabral e o sucessor teriam, na versão do emedebista, dado um desconto no valor cobrado das empresas em propina.

“Antes, eram 15% a 20% pagos aos governos anteriores da Rosinha e Garotinho. Eu estabeleci junto com Pezão o percentual de 5%: 3% para o meu núcleo, 1% para o núcleo dele, que era a Secretaria de Obras, e 1% para o TCE (Tribunal de Contas do Estado), para aprovação das licitações.”

Taxa de Oxigênio

Cabral disse ainda que Pezão foi o inventor da chamada “taxa de oxigênio”, mas que esta propina estava englobada nos 5% cobrados dos valores.

“Pezão estabeleceu isso (a taxa de oxigênio) porque dizia que tinha que abastecer as subsecretarias dele.”

Mesadas milionárias

Além disso, segundo Cabral, Pezão recebia uma mesada de R$ 150 mil. “Recebeu durante os 8 anos os pagamentos extras”, disse.

O ex-governador disse ainda que recebia uma mesada de R$ 500 mil da Fetranspor. Em abril de 2014, ao renunciar ao cargo para o sucessor, afirmou que Pezão deveria receber. Além disso, Pezão teria recebido R$ 30 milhões só da Fetranspor para a campanha a sucessão.

“Mão amiga”

“Foram R$ 30 milhões para o governador Pezão para sua estrutura (de campanha) e R$ 8 milhões para meus deputados a quem eu tinha interesse de ajudar. Quando chegou em 2015, Pezão me procurou para me ajudar financeiramente, ele se ofereceu. A campanha dele chegou a R$ 400 milhões, então teve sobra de caixa e ele me ofereceu. Essa situação (do repasse de Pezão a Cabral, de R$ 500 mil) ficou 4, 5 meses em 2015.”

Operação Boca de Lobo

A denúncia do Ministério Público que deu origem à Operação Boca de Lobo afirma que Pezão recebeu R$ 40 milhões em propina, integrando e aprimorando o esquema de corrupção de Sérgio Cabral. O ex-governador nega.

O esquema foi delatado por Carlos Miranda, operador de Cabral.

Na versão dele, quando ainda era vice, Pezão recebia mesada de R$ 150 mil. A propina incluía pagamento de 13º “salário”, além de dois bônus de R$ 1 milhão.

Com informações do G1


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